Relatório do Setor de Madeira e Papel no Brasil 2024-2025
Visão geral do setor
O setor de madeira e papel do Brasil é um dos principais contribuintes para a economia do país, beneficiando-se de vantagens naturais que aumentam sua competitividade global sem a necessidade de incentivos fiscais. Fatores como condições climáticas favoráveis, avanços na genética das árvores, o uso generalizado de sistemas de certificação florestal e a integração vertical da cadeia de valor desempenham um papel nessa força.
O setor também enfatiza a geração de energia a partir de seus processos de produção. Em 2022, o Brasil foi o segundo maior produtor de celulose do mundo e o maior exportador, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O país também é um dos dez maiores produtores de papel, produtos de papel e painéis derivados de madeira. Em 2023, o setor respondeu por 3,1% do valor total das exportações brasileiras.
Modos de entrada
O setor de madeira e papel do Brasil é amplamente controlado por empresas verticalmente integradas, cobrindo toda a cadeia de valor, o que cria barreiras significativas para novos entrantes. Indústrias de capital intensivo, como fabricação de celulose e painéis de madeira, dificultam a concorrência de players menores ou novos. Como resultado, fusões e aquisições (M&As) e parcerias estratégicas com fornecedores locais de matérias-primas tornaram-se os modos preferidos de entrada no setor.
Entre janeiro de 2022 e agosto de 2024, foram realizadas 16 transações de M&A no setor, totalizando US$ 1,3 bilhão de valor divulgado. Um negócio notável ao longo do período, que também é um exemplo da crescente hegemonia de grandes conglomerados industriais do setor, foi a aquisição pela Suzano das operações brasileiras da Kimberly-Clark em 2022 por US$ 175 milhões. Por meio do acordo, a empresa brasileira ganhou o controle de marcas como a Neve e uma fábrica de tissue com capacidade anual de 130.000 toneladas. Um ano depois, em dezembro de 2023, a Suzano comprou 70 ha de terras agrícolas no estado do Mato Grosso do Sul, buscando expandir sua área plantada de floresta.
Oportunidades de segmento
O setor de madeira e papel do Brasil oferece várias oportunidades promissoras em segmentos-chave. A produção de celulose e papel é uma área de grande crescimento, com investimentos significativos, como o projeto Cerrado da Suzano e uma nova fábrica de celulose construída pela empresa chilena Arauco, que deve aumentar a capacidade de produção do país.
mercado de processamento de madeira, que inclui serraria e produção de compensado, também está se expandindo devido à disponibilidade de madeira e à forte demanda de exportação. Práticas sustentáveis e avanços tecnológicos estão impulsionando ainda mais o crescimento desse setor. Outra oportunidade emergente está na produção de celulose solúvel, com projetos como o da LD Celulose, em Minas Gerais, que é uma joint venture entre a austríaca Lenzing e a brasileira Dexco, criando potencial em setores como o têxtil. Os abundantes recursos florestais do Brasil e seu setor florestal bem estabelecido posicionam esses segmentos para crescimento e investimento contínuos.
Política governamental
O governo brasileiro desempenha um papel de apoio no desenvolvimento da indústria de madeira e papel no país. Um incentivo fundamental para o setor é a estratégia de atuação para a concessão de concessões de florestas públicas para produção industrial de madeira por meio de um processo licitatório competitivo. O governo também parece comprometido em trabalhar para a implementação de práticas ecologicamente corretas no setor.
Em junho de 2023, o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas lançou a concessão para a recuperação florestal e o plantio de espécies nativas no bioma Mata Atlântica. O contrato prevê investimentos de R$ 430 milhões durante os 35 anos de concessão. Os contratos de concessão só permitem a produção de madeira por meio de técnicas de reduzido impacto ambiental que permitem a remoção de apenas três a seis árvores por hectare a cada 25 a 30 anos. Outra regulamentação importante especificamente orientada para a redução dos obstáculos burocráticos para as empresas do setor da madeira e do papel foi a exclusão da silvicultura da lista de atividades consideradas potencialmente poluentes ou intensivas em recursos que foi implementada em maio de 2024.
Instantâneo do setor
Em 2023, o setor de madeira e papel do Brasil teve um desempenho misto. A produção de celulose, que havia crescido significativamente em 2022, desacelerou devido à queda dos preços internacionais da celulose e ao aumento da oferta global, principalmente de novas fábricas no Chile e no Uruguai. Como resultado, a produção caiu 2,8% a/a nos primeiros nove meses de 2023, de acordo com os últimos dados disponíveis da Associação Brasileira da Indústria de Árvores (IBA) em agosto de 2024. No entanto, as exportações de celulose ainda representaram 74,5% do valor total das exportações do setor em 2023, sendo a China o maior mercado.
A produção de papel, que havia aumentado em 2022, também registrou queda em 2023, de 1,8% a/a, liderada por segmentos como papelão e papel de impressão. Apesar desses contratempos, houve sinais de recuperação no 1º trimestre de 2024, com um aumento de 6,1% a/a na produção de papel impulsionada por produtos de embalagem e embalagem.
A produção de painéis de madeira, afetada pela lenta indústria da construção, caiu 7,6% a/a em 2023. No entanto, à medida que o setor de construção se recuperou no 1º semestre de 2024, a produção de painéis de madeira cresceu 18,6% a/a no 1º semestre de 2024, indicando uma estreita relação entre essas indústrias.
Apesar dos valores gerais de exportação mais baixos em 2023, o setor de madeira e papel do Brasil manteve um forte superávit comercial, impulsionado por sua robusta indústria de celulose. O setor contribuiu com 3,1% para as exportações totais do Brasil em 2023, refletindo sua importância para a economia nacional.
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