ANÁLISE SETORIAL: Setor Imobiliário e de Construção - Investimentos e Gastos Federais
EMIS Insights - Setor Imobiliário e de Construção no Brasil 2024 4º Trimestre
Construção de infraestrutura
O investimento em infraestrutura segue como um pilar estratégico para o desenvolvimento econômico do Brasil. Enquanto os desembolsos do BNDES mostram um crescimento expressivo, os gastos federais diretos enfrentam retração e desafios de execução, indicando uma transição para modelos mais sustentáveis e eficientes de financiamento.
O Papel do BNDES no Desenvolvimento da Infraestrutura
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos principais motores de financiamento de longo prazo no Brasil, com atuação histórica em setores estratégicos como transporte e energia. Responsável por facilitar a mobilização de recursos tanto públicos quanto privados, o BNDES tem fortalecido sua presença no setor de infraestrutura, com foco especial na viabilização de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
No setor energético, o banco financia projetos que abrangem diversas fontes de geração, incluindo hidrelétrica, eólica, térmica, nuclear e biomassa, além de apoiar iniciativas de transmissão e distribuição. No transporte, seu escopo de atuação inclui rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, e sistemas urbanos de mobilidade.

Aceleração nos Desembolsos: Destaques do 3º Trimestre de 2024
Os dados mais recentes apontam uma forte expansão dos desembolsos do BNDES para infraestrutura, que atingiram R$ 36,6 bilhões no terceiro trimestre de 2024 — um crescimento de 51,9% em relação ao mesmo período de 2023. Essa cifra representou 33% do total de recursos liberados pelo banco no trimestre, com destaque para os seguintes setores:
Rodovias: 25,4% dos desembolsos
Eletricidade: 24,4%
Atividades auxiliares de transporte: 23,9%
Mesmo com a leve queda proporcional em relação ao pico observado no 2º trimestre de 2023, os dados reforçam o papel central do BNDES no financiamento de infraestrutura no país.
Além disso, o banco registrou lucro líquido total de R$ 19 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, um aumento de 31,4% a/a, e alcançou sua maior carteira de crédito desde 2017, avaliada em R$ 550,3 bilhões. Os pedidos de crédito também subiram 30% em relação a 2023, sinalizando maior demanda por financiamento em diversos setores.
Queda nos Gastos Federais Diretos e Desafios de Execução
Em contraste com o crescimento no financiamento via BNDES, os gastos federais diretos em infraestrutura somaram R$ 3,3 bilhões no 3º trimestre de 2024 — queda de 17,5% a/a, representando apenas 0,2% do total dos gastos do governo no período.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) concentrou 80,1% dessas despesas, mas com retração de 25% a/a. Projetos de manutenção de rodovias e investimentos em infraestrutura ferroviária também registraram recuos significativos, atribuídos a fatores como:
Reestruturação do modelo de financiamento, com ênfase em concessões.
Atrasos na licitação de grandes obras, como nas rodovias BR-381 e BR-230.
Impasses em licenciamento ambiental e aprovações regulatórias.
Desafios contratuais, como na expansão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL).
Perspectivas: Investimentos Sustentados com Maior Participação Privada
Apesar da retração trimestral, o orçamento federal de 2024 prevê R$ 24,7 bilhões para infraestrutura — aumento de 25% frente a 2023. Esse montante evidencia o esforço do governo em alinhar a infraestrutura às metas de desenvolvimento sustentável e eficiência, com foco em aumentar a execução orçamentária e atrair capital privado.
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Fontes: EMIS Insights – Industry Report.